domingo, 26 de setembro de 2010


"Eu quero desnascer, ir-me embora, sem sequer ter que me ir embora. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar?"






Linda Martini

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Palavras insignificantes. Olhares; gestos, nos teus lábios, no teu rosto, pelo teu corpo permitem-me conhecer-te, melhor que ninguém, mais que ninguém, és coisa de ninguém. E digo-te, meu amor, sei que assim funciona comigo. Sei ler em ti o que queres quando ninguém o sabe, assim como tu o fazes comigo, sei tirar de ti um sorriso que significa um mundo e sei fazer de ti o que mais ninguém fez, feliz, e tu a mim. Tu sabes que eu nunca me dei a mais do que calculei, fiz contas para tudo só nunca esperei que algo que não estivesse em minha mente me viesse parar em mãos. Não sei se me deva culpar por ter deixado escapar algo que tanto me alegrou, ou se me deva entregar aquilo que julgo ter sido, pura sorte.

Perguntas de subconsciente.

Agora pesa-me a consciência. No final de contas, a minha matemática da vida sempre acertou e eu por erro de capricho, fiz mal o resultado.

E o que acontece quando entras em conflito contigo mesmo porque só queres é viver, mas sabes que tens mais por onde cair do que chão certo? Nunca quis ser calculista, na escola, sempre tive negativa a matemática.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Quando não consegues pensar em mais nada, eu digo-te: caderno e caneta, bloco e lápis, folha e pincel. Música para os meus ouvidos, cigarro para a boca e o mundo foi-se. Sou só eu naquele momento - momento de transição - corpo e alma são um só, o papel torna-se parte de ti e seja a caneta, o lápis ou o pincel a tua escolha, são o teu instrumento.
Sinto-me possessa - que se passa comigo? - pergunto-me.

Até mete nojo.

Que estás a fazer? Que desenhas? Que dizes? Que ouves? QUEM és tu? Insanidade.


Quero uma garrafa de whisky.

domingo, 19 de setembro de 2010


Farta! Sinto-me farta de passos para a frente, passos para trás, passos em falso, passos que não têm objectivo. Cansei-me de percorrer caminho. Cansei-me de estar no mesmo ponto. Quero um par de patins, uma trotineta, uma bicicleta, uma mota, um carro, uma van, um autocarro, um camião, um barco, um comboio, um avião! Qualquer coisa, qualquer coisa que me tire do mesmo sítio. Não fico aqui muito mais. Preciso de novos ares! Preciso de campo! Quero acampar! Quero uma quinta! Quero tudo menos isto!

Pega na minha mão e leva-me daqui, até vou a pé, mas leva-me só daqui, desconhecido.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Se algum dia disser que és o homem da minha vida, bate-me. Se algum dia sonhar que é contigo que vou casar, bate-me. Se algum dia desejar que morras, bate-me. Não quero viver sem ti, mas não vivo por ti.

P.S - Mas quando me bateres, bate-me como se fosse verdade, porque tu sabes, eu sou mentirosa.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Como vidro da tua face tudo transparece. Magoa-me o teu olhar, vazio, de como quem não se importa. Magoa-me a tua personalidade, fria, que me arrefece quando ando a teu lado. Magoas-me com tudo o que tens, sete facas no bolso, e a minha armadura de cristal é tão frágil quanto tu outrora foste. Que é feito da minha rapariga de cristal? És de ferro e nem dei por isso acontecer, não sei por onde andei para não me aperceber. Travo batalhas, tento não te abandonar em campo, mas sou fraco! Perdoa-me! Fugi! Não de ti, eu amo-te, tu sabes. Fugi de mim, preciso de me revestir, isto é demais, não consigo assim. Parti-me, partiste-me, parti.

Agora volto, agora preciso de ti, agora tira a armadura, agora. Agora deixa-me sentir a tua pele. Deixei-me de cristais, deixa-te de ferro. Só eu e tu, só nós dois, só pele. Tinha saudades, e gosto de sentir o teu cheiro, e do teu suor, e eu tinha nojo, mas tal como já disse antes - "não de ti, eu amo-te, tu sabes".

quarta-feira, 8 de setembro de 2010





sinestesia, sentia. sentir, perfume, ciúme. fume. fumou, parou, olhou, chorou, sentou. sentada, agarrada, magoada, sofre. COFRE, cobre, metal, frio. preciso-de-quente.

jogo de palavras.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Carvalhesa.
Uma sensação de esquizofrenia que nos percorre pelo corpo, solta-se uma ansiedade, uma felicidade, um medo. Tenho arrepios. Quero voltar, estar no meio da multidão a dar saltos de satisfação e alegria, a alcoolemia passa-nos ao lado e de repente estamos sóbrios enquanto cantamos e gritamos, enquanto sorrimos e soltamos gargalhadas entre mil desconhecidos que naquele momento, não são apenas pessoas, são nossos camaradas! Sentimo-nos tão bem! Sentimo-nos irmãos!

Ai Avante, saudades.