quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Como vidro da tua face tudo transparece. Magoa-me o teu olhar, vazio, de como quem não se importa. Magoa-me a tua personalidade, fria, que me arrefece quando ando a teu lado. Magoas-me com tudo o que tens, sete facas no bolso, e a minha armadura de cristal é tão frágil quanto tu outrora foste. Que é feito da minha rapariga de cristal? És de ferro e nem dei por isso acontecer, não sei por onde andei para não me aperceber. Travo batalhas, tento não te abandonar em campo, mas sou fraco! Perdoa-me! Fugi! Não de ti, eu amo-te, tu sabes. Fugi de mim, preciso de me revestir, isto é demais, não consigo assim. Parti-me, partiste-me, parti.

Agora volto, agora preciso de ti, agora tira a armadura, agora. Agora deixa-me sentir a tua pele. Deixei-me de cristais, deixa-te de ferro. Só eu e tu, só nós dois, só pele. Tinha saudades, e gosto de sentir o teu cheiro, e do teu suor, e eu tinha nojo, mas tal como já disse antes - "não de ti, eu amo-te, tu sabes".

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