Tentei descodificar todas as palavras, todas as expressões e tudo o demais que podia ver. Não sei se foi por erro meu, talvez a minha soma, subtracção, divisão, multiplicação, talvez toda a equação que fiz, tivesse mal, não importa, o resultado deu, redondamente, mal. Por mais que tente compreender toda a complexidade que te constitui, há sempre mais, mais profundo, mais que eu não sei. Queria poder dizer que consegui fazer um mapa teu, que desenhei os teus traços, que nomeei tudo em ti, que criei rios e lagoas, que nada me fosse desconhecido. Nem lanterna tenho para saber onde me dirigir, estou completamente perdida, sem estrada por onde caminhar, não vejo nada. Estou acampada numa sombra que nada me diz. Às vezes no silêncio dessa escuridão, acordada, penso no passado, no presente, no futuro e é tudo tão turvo como águas paradas, e é assim, parados que estamos, que estou. Vou tentar dormir, vou tentar descobrir onde deixei a lanterna, percorrer aquele caminho e parar por terras de águas calmas, claras, límpidas. Aí, sento-me e desenho aquele mapa que tanto queria.
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