Entre papéis, riscos, palavras, letras, borrões de borracha e lágrimas eu me perco em pensamentos. Tento escrever para esquecer, para relembrar. Sinto-me numa ilusão alimentada por desejos, mas será tudo aquilo que vivi uma ilusão, se sim, o que é real? Por mais distante que esteja, que tu estejas, eu sinto-te perto, eu não consigo e tento e tento mas não consigo esquecer o teu cheiro, a textura da tua pele, o teu respirar, e enquanto fecho os olhos, vejo-te a dormir com o teu ar tão inocente que me faz derreter tal e qual enquanto te observava.
Nos meus pequenos parágrafos ilustrados de imagens de felicidade presenciadas por ti, vejo que tudo era tão natural que proponho ao destino que as repita, porque eu quero vivê-los de novo, porque eu preciso disso! E de novo vem a minha loucura, que me ataca e destrói, consome-me por dentro e faz-me morrer cada vez mais por fora! Diz-me, porquê? Porquê que não me respondes a estas questões que não te faço? Eu preciso! Liberta-me! Posso pesquisar, folhear mil páginas e percorrer todos os livros de uma biblioteca que continuo sem te compreender, sem ter solução para o meu problema. Os “como” são tantos. Responde! Não me deixes nesta ignorância, nesta angústia! Prefiro uma resposta que me corte as asas, do que estar sem nenhuma que me ponha sempre a sonhar mais e mais alto, não quero dar essa queda, não posso.
Eu, eu estou numa maratona em que sou a única concorrente, já se passou tanto tempo, ainda não avisto a meta mas hei-de chegar em primeiro lugar. Dentro de uma caixa, tu serias o grande prémio, mas a caixa, assim como a vida, são enganosas, a caixa pode estar vazia. E eu corri e corri para nada.
Pequena criança, eu, uma piada. Erros básicos, primários, cometi o maior de todos. Quando entrei por aquela porta, sabia o que iria acontecer, era mais forte que eu, dizer-te que não era o mesmo que deixar alguém a afogar-se. E eu afoguei-me, em erros, prazer, gemidos, desesperos, dor, por ti, em ti. Salva-me.
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