segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Não deixes - nem me deixes - que nos partamos, era fácil demais, assim, não é belo. Por todas as vezes que discutimos, por todas as vezes que brincamos, pelas vezes que amuas e eu te peço desculpa, pelas vezes que cozinhamos juntos (e é aí que te queimas ou te cortas e me gritas - a culpa foi tua! - e aí está, a bela da tua zanga), pelos passeios e cafés, pelas aventuras de criança que te dá na cabeça ter, pelas vezes que partilhámos a mesma cama ou o mesmo sofá, pelos pequenos-almoços que te levei à cama, pelas vezes que passeámos de bicicleta e fizemos aqueles maravilhosos piqueniques, pelas vezes que fotografámos e pelas nossas fotografias, pelas vezes que dividimos tudo o que tínhamos, pelas vezes que tomámos banho juntos, pelas vezes que passeámos o cão juntos, pelas vezes que sorrimos e chorámos, pelas idas ao cinema, pelas bebedeiras, pela ajuda que me deste e eu a ti, pelas vezes que fizemos amor, pelo amor que temos um pelo outro, não vamos partir.
Já te disse, não és defeito és de feitio... complicado, mas é por isso que gosto de ti, é por não te compreender, por não te conhecer, por teres (ainda) a capacidade de me surpreender para meu bem e meu mal.

É por isso que eu a amo, que eu a tanto amo, e digo - não, isto não dá para partir -. Tu também gostas de mim, eu sei. Não há ninguém como eu, tão meigo, tão compreensível, tão afável, bondoso, carinhoso, paciente, tão tudo aquilo que se tem de ter para te amar, porque sou o teu oposto, e assim tento completar-te. Tu completas-me, mas a ti ainda te falta um pedaço, e é daí que vem a beleza da coisa, és tão impossível de agradar que dou por mim a exigir-me dia-a-dia o mais e o melhor só para ti, e tu gostas, eu sei que gostas...

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