sábado, 13 de novembro de 2010



Por vezes tento imaginar-me noutro corpo. Não, não é porque não gosto da puta da vida, é simplesmente porque quero sentir outra textura de pele, outro batimento cardíaco, ter outro sangue, ter um cheiro diferente, sentir-me estranha, mais do que possa ser, mais do que sou.
Mas, também quero mudar de vida. Encara isso como uma segunda oportunidade, ser alguém novo, de novo, é aquele zero que anseias. É teres a possibilidade de voltar atrás e não fazer as escolhas que fizeste, é emendares os erros que cometeste, ou fazê-los novamente só porque sim, porque pessoas burras, talvez como eu, fazem-no. É a liberdade para fazeres o que queres e bem te apetece no meio da cidade onde todos te conheciam, e saberes que ninguém sonha quem és! É puderes berrar bem alto! É puderes andar nu no meio da rua. É tudo o que queres fazer e podes, sem consequências, sem pingo de julgamento ou crítica desta sociedade que é mais merda que água benta.

Não me perguntes porque digo ou penso isto tudo... é que é a puta da vida, é porque me fode. Se me fode... e bem.

Assim, escrevam-me, mandem um e-mail, uma mensagem, liguem-me, toquem-no no ombro quando me virem na rua e falem-me de quando quiserem trocar de lugar comigo, quando inventarem essa proeza, vamo-nos trocar, eu sei que a minha puta da vida é fodida, e que me fode bem, mas quem não gosta, que se amanhe. É triste a ideia de que se eu não sou tu, e tu não és eu, então eu não sou tu, e tu não és eu. E se eu não sou tu, e tu não és eu, então tu és tu, e eu... sou eu.

Sou sempre eu, e a puta da minha vida.

1 comentário:

  1. ai beleza, estamos necessitadas de uma grandeeee bebedeira fora daqui. este cemitério de gente engasga-me

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