quarta-feira, 16 de março de 2011


credo. as saudades que de ti tenho. pus-me a lembrar e sabes como é a memória, apanha-nos sempre desprevenidos... e lembrei-me de coisas, mulher.
tu lembras-te? de quando lias para mim? eu gostava e nunca te disse, mas eu gostava mesmo. tens uma voz doce e embalavas-me. adorava olhar para os teus lábios enquanto dizias os l's daquela tua maneira, enquanto ternurosamente soletravas cada palavra seguida de um humedecer dos lábios. e os teus lábios? também me lembro deles, hão-de sempre ser, os melhores lábios que alguma vez beijei... sinto falta deles. e continuo a pensar, naquilo que perdi pela minha ignorância, no melhor que tive, e que perdi. acho que só agora terminei o Nosso raciocínio "porquê que não me olhas nos olhos", lembras-te? eu acho que foi porque... porque nunca quis ver o que tinha, o quão belo era o que tinha, e que agora vejo, que agora não tenho. - estou com sede, mata-me esta sede de te ter. - sinto falta daquela impressão que me deixavas na barriga sempre que te via entrar pela porta com, ora olhos reluzentes ora olhos zangados, significavam sempre alguma coisa mais, deixavam-me sempre nervoso. quero dormir a teu lado, também preciso disso, deixa-me pegar em ti, deixa-me falar-te ao ouvido - dizer-te que te desejo - agarra-me! beija-me! abraça-me! cruza o teu corpo no meu, deixa-me ouvir o 'shlap shlap'. hoje sou teu, amanhã és minha. puderá ser? cansemo-nos de prazer, adormece sobre mim.

negas-me a vontade, negas-me o desejo, não me queres, já não és minha. e eu, ainda hoje sou teu.
o teu nome, ainda murmura no silêncio do meu coração.

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