quinta-feira, 7 de abril de 2011



encontrei-me naquele sítio a que já devia estar habituada. tal não se sucede. paredes esquálidas; chão sujo, menos que eu; flores murchas e uma lareira apagada. uns quantos galhos, umas quantas aranhas. tal a deprimência, tão grande a frustração, tão grande o nojo, tão grande quanto o não consigo imaginar. cheiro o desgaste e sinto-me o sorriso, cínico de quem não o quer, enquanto vejo o odor a cadáver, que sobe e desce, que não sai nem desaparece. é de mim, é da casa. estou bem aqui. sóbrio, sombrio. está morto, tudo morto.
quando diziam que o mundo é a preto e branco para quem o consegue ver, negava-o. pretérito imperfeito, tão imperfeito que se torna mais-que-perfeito. muito mais, só porque sim.


porque o negara, já não nego.

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