não somos perfeitas, somos horríveis, nunca haveremos alguma vez de ter a relação ideal de mãe - filha, eu sei disso e entendo-o. não te vou dar a parte fraca assim como não me dás a tua, nunca dás o braço a torcer e não esperes ser eu a fazê-lo. acontecimentos alteraram a minha vida com toda a força que tinham e dei uma volta de 360º. não foi fácil, não me facilitaram em nada mas tornaram-me mais forte. quando me perguntam o porquê de ser assim, deviam olhar para a vossa ingenuidade, e eu falo contigo mãe, mas a tua ignorância irrita-me. tu irritas-me com todas as palavras que não medes da boca para fora, e eu tenho o maior desejo de sair de ao pé vocês e o maior medo de vos perder, de te perder. também te digo já que não esperes algum dia ouvir isto da minha boca, não esperes um abraço de desculpas por tudo o que fiz e não fiz. nunca o fizeste, disseste, ou mesmo admitiste.
demasiadas coisas acontecerem à minha frente sem um senão, sem pensares o quão me marcariam, e foram demasiadas as vezes. sem dúvida alguma te digo que te amo, sem dúvida alguma digo que és minha mãe, que és mãe, mas com todas as certezas te digo que em nada me ajudaste, nunca ouve uma palavra de reconforto ou de agradecimento. talvez mereça muitas das coisas que me fazes, mas magoas-me mais que ninguém.
sinto falta da mãe da minha infância, aquela que não me lembro, mas que em fotografias assenta perfeitamente naquilo que idealizei para ti, aquela com quem provavelmente teria esta conversa que imaginei dentro deste quadrado branco em que escrevo, ao lado do cubículo onde estás, sabendo que não irás ler estas minhas palavras.
e desculpa não ser a filha perfeita, também não o és. desculpa não mostrar assim tanto quanto isso o quanto és importante para mim, o facto, é que és. feliz dia da mãe.
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